População e Perda de Biodiversidade

João Abegão (2019) – Where The Wild Things Were Is Where Humans Are No. An Overview
O autor analisa os riscos atuais e potenciais devido às desenfreadas mudanças ambientais causadas pelo aumento geométrico da população humana. João expõe a extensão do impacto do crescimento populacional sobre biomas ricas em biodiversidade, e os malefícios ecológicos da pobreza através da caça de animais silvestres.

Driscoll et al. (2018) – A biodiversity-crisis hierarchy to evaluate and refine conservation indicators
De acordo com essa pesquisa, indicadores usados presentemente não atraem suficiente atenção aos fatores por trás da crise de biodiversidade. Ademas, não são adequadas para mesurá-las. Driscoll et al. usam um modelo conceitual baseado numa hierarquia dos níveis da crise de biodiversidade para vincular os fatores principais por trás da perda de biodiversidade e avalia o escopo dos indicadores usados presentemente. O estudo aponta lacunas no monitoramento governamental de fatores como as dimensões da população humana, a corrupção e a ameaça que indústrias apresentam à biodiversidade.

Crist et al. (2017) – The interaction of human population, food production, and biodiversity protection
Esta pesquisa indica que a escala presente da população humana e o ritmo do seu crescimento contribui substancialmente para a perda de biodiversidade. As necessidades de todos os seres humanos, particularmente por comida, sugerem que o crescimento populacional projetado debilitará sistemas de proteção do mundo natural. Diminuir e, eventualmente, reverter o crescimento populacional é necessário para sustentar a biodiversidade global e o bem-estar de seres humanos. Para alcançar isso são necessárias ações concretas, como investir no acesso universal a contraceptivos e serviços de saúde reprodutivas, apoiar a educação feminina e estabelecer a igualdade entre géneros.

Maxwell et al. (2016) – Biodiversity: The ravages of guns, nets and bulldozers
De acordo com esta análise de dados de 8688 espécies listadas pela União Internacional para a Conservação da Natureza, conduzida por Maxwell et al., os fatores principais por trás da extinção em massa são a superexploração de recursos, a atividade agrícola e o desenvolvimento urbano.  Mais de 80% das espécies analisadas sofrem devido a pelo menos um subfactor, como a indústria madeireira, a caça ou a pesca sob a superexploração, ou a expansão das fazendas agropecuárias sob atividade agrícolas.

Ceballos et al. (2015) – Accelerated modern human–induced species losses: Entering the sixth mass extinction  
Os autores comparam o ritmo de extinções atuais de mamíferos e outros animais vertebrados com os ritmo de extinção natural de dois outros animais – um de um ritmo conservador e outro altamente conservador. A análise mostra que o ritmo de extinção atual é largamente mais rápido do que os ritmos mais naturais. As evidências apontam que o ritmo de extinção dos últimos anos é altamente inusitado, não só na história da humanidade, como também na história do planeta; os seres humanos iniciaram um episódio de extinção em massa sem paralelos durante as últimos 65 milhões de anos.

McKee et al. (2013) – Human population density and growth validated as extinction threats to mammal and bird species
Há um elo entre a densidade populacional humana e as ameaças às espécies de mamíferos e aves? Caso sim, tem como quantificar essa relação no presente, ou só conquanto a população cresce? Essa análise indica que a densidade populacional humana em uma dada área é um fator central de espécies de mamíferos e aves em áreas adjacentes entrarem em risco de extinção.

McKee (2009) – Contemporary Mass Extinction and the Human Population Imperative
O que é responsável pela aceleração da perda de biodiversidade? Embora a extinção de uma ou outra espécie pode ser atribuída à atividade econômica humana, a tendência mais ampla da perda mundial de biodiversidade é devido ao crescimento do tamanho e densidade da população humana. A perda de espécies deve continuar se o crescimento populacional não é revertido.

Luck (2007) – A review of the relationships between human population density and biodiversity
Explora os relacionamentos entre a densidade populacional humana e as medidas dos estados de biodiversidade, focando particularmente nas evidências que mostram uma congruência entre a localização humana, a quantidade alta de espécies silvestres e a ameaça que um aumento populacional humano apresenta para a população de animais silvestres.

Thomas et al. (2004) – Extinction risk from climate change
Quantas espécies serão ameaçadas pela mudança climática antropogénica no futuro? Thomas et al. avaliam o risco de extinção em algumas regiões que acobertam a superfície do planeta. Na base das projeções de cenários medianos do aquecimento global até 2050, por volta de 15-37% das espécies nas regiões investigadas serão efetivamente extintas.

Cincotta et al. (2000)- Human population in the biodiversity hotspots
Em 1995, mais de 1.1 bilhão de pessoas (~20% da população mundial) estavam morando dentro de pontos focais de biodiversidade (aproximadamente 12% da superfície da Terra). O crescimento dessa população dentro desses pontos, entre 1995 e 2000, era por volta de 1.8% por ano, que foi maior do que a média mundial nesse mesmo período (~1.3%) e mais até do que a média de países em desenvolvimento (~1.6%). Este estudo sublinha o potencial impacto sobre a biodiversidade que o declínio da fertilidade humana teria, além de diferentes escolhas de políticas migratória.

Traduzido por Renato Whitaker