Van Vuuren et al (2018) -Alternative pathways to the 1.5°C target reduce the need for negative emission technologies
Um artigo recente que prevê as emissões de gás de efeito estufa em diferentes cenários populacionais. O autor explora os impactos de diferentes tendências alternativas, inclusive a mudança de estilo de vida, a redução adicional de gases de efeito estufa além do CO2 e a maior eletrificação da demanda de energia baseada na energia renovável. O artigo identifica que tais tendências diminuem a necessidade futura para a remoção de dióxido de carbono, mas não a eliminam.
Bongaards and o’Niell (2018) – Global warming policy: Is population left out in the cold?
Os autores argumentam que políticas populacionais não oferecem opções para diminuir os impactos das mudanças climáticas, a despeito do fato que o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) é silencioso sobre esse potencial ao diminuir o crescimento populacional. O artigo aponta, ademais, a quatro percepções erróneas que aumentam a negligência pelo assunto, e proponha emendas para o IPCC em seu sexto processo de avaliação multianual.
Weber and Sciubba (2018) – The Effect of Population Growth on the Environment: Evidence from European Regions
Os autores analisa os efeitos do crescimento populacional sobre emissões de CO2 e a mudança no uso da terra urbana na Europa entre 1990 e 2006. Os resultados gerais mostram que o crescimento regional populacional tem um impacto considerável sobre esses fatores. Na Europa Oriental, porém, o crescimento urbano populacional é afetado mais por níveis de riqueza, e emissões têm crescido mais em regiões onde estavam previamente baixas.
Wynes and Nicholas (2017) – The climate mitigation gap: education and government recommendations miss the most effective individual actions
As quatro medidas largamente aplicáveis que terão um alto impacto na contribuição para uma mudança sistemática e substancial na redução de emissões individuais são: conceber uma criança a menos, viver sem carro, evitar viajar de avião e adotar uma dieta vegetariana. O artigo revela que recursos governamentais e manuais científicos não mencionam essas atitudes, e que recomendam ações ou padrões de consumo que terão um impacto menor.
O’Sullivan and Martin (2017) – Role of family planning in the climate change response
O apoio global para o planejamento familiar poderá reduzir a população projetada para 2050 por 15% e a população de 2100 por 45% comparado com a tendência presente. A despeito disso, apoio para tais medidas tem diminuído durantes as últimas duas décadas. As projeções populacionais da ONU são otimistas em relação ao declínio de fertilidade, embora os cenários de Shared Sociceconomic Pathways (Rotas Compartilhadas Socioeconômicas, SSP) do IPCC presumem uma projeção populacionais largamente reduzida, o que seria uma divergência dramática das tendências recentes.
Das Gupta (2014) – Population, Poverty and Climate Change
Este artigo reexamina o relacionamento entre população, pobreza e as mudanças climáticas. Países desenvolvidos são largamente responsáveis pelas mudanças climáticas, mas os efeitos maiores são sofridos por países em desenvolvimento com a diminuição da produção agrícola, saúde mais debilitada e desastres naturais mais frequentes. Populações vão crescer mais rapidamente nos países mais pobres, embora esses países possuem muitos incentivos para reduzirem suas fertilidades. O declínio da fertilidade nacional facilita o crescimento econômico e a redução da pobreza, reduz a pressão sobre a renda familiar e liberta recursos que poderão ser usados para a adaptação às mudanças climáticas. Diminuir o crescimento populacional também ajuda a reduzir o aquecimento global projetado, que vai beneficiar, sobretudo, os países mais pobres do que os países mais desenvolvidos.
Cafaro (2012) – Climate ethics and population policy
Por que há tanta resistência em aceitar os limites ao crescimento? Políticas populacionais (medidas econômicas ou legais para regular a taxa de nascimento) são moralmente justificáveis? Quais são os argumentos em favor e contra o controle não-coercivo da população? Este artigo reexamina a literatura científica em relação ao controle populacional voluntário e sua contribuição potencial à minimização das mudanças climáticas. É proposta algumas razões possíveis pela falha de académicos da ética climáticas, analista e políticos em adequadamente avaliar a contribuição de tais políticas ou suas contribuições possíveis.
Engelman (2010) – Population, climate change, and women’s lives, In: Worldwatch report 183
Mulheres podem desempenhar um papel único em aliviar as pressões ambientais, a despeito de serem proporcionalmente mais afetadas pelas mudanças climáticas. Este artigo argumenta que a humanidade precisa diminuir o crescimento populacional para lidar com o aumento global de temperatura, e que a única maneira de fazer isso é melhorar o bem-estar das mulheres no mundo inteiro.
O’Neill et al. (2010) – Global demographic trends and future carbon emissions
Este artigo avalia as consequências das mudanças demográficas sobre as emissões globais de dióxido de carbono. De acordo com um modelo de crescimento centrado na economia energética, a diminuição do crescimento populacional pode providenciar de 16% a 29% das reduções de emissões recomendadas até 2050 para evitar mudanças climáticas perigosas. Adicionalmente, o envelhecimento e urbanização das populações possa influenciar substancialmente as emissões em regiões específicas do mundo.
Wire (2009) – Fewer emitters, lower emissions, less cost – reducing future carbon emissions by investigating in family planning
Cada sete dólares americanos (de acordo com o valor real em 2009) investidos no planejamento familiar reduz as emissões de CO2 por uma tonelada. Satisfazer toda a demanda para tais serviços no planeta reduziria as emissões por 34 bilhões de toneladas de CO2 (giga tonelada de CO2) entre 2010 e 2050, presumindo que a demanda pelo planejamento familiar não seja estimulada por propostas de planejamento familiares. É recomendado que uma mistura de objetivos políticos de redução de CO2 inclui o planejamento familiar entre suas ações executáveis.
Murtaugh and Schlax (2009) – Reproduction and the carbon legacies of individuals
Os autores estimam que as emissões de dióxido de carbono fóssil que um individual médio contribui quando este decide conceber mais um filho. Nos EUA, cada nova criança adiciona 9441 toneladas de dióxido de carbono ao “legado de carbono” de uma mulher média, que é por volta de 5.7 maior do que as emissões que ela contribuiria por si só em sua vida.
O’Neill (2000) Cairo and climate change: a win-win opportunity
Quando vários objetivos desejáveis competem pelo orçamento desenvolvimentista escasso, as melhores escolhas políticas são as que produzem múltiplos benefícios. Políticas relacionadas à população são bastante justificáveis para as necessidades humanas. Seus benefícios ambientais são outra boa razão para não perder a oportunidade levantada pela conferência de Cairo.
Traduzido por Renato Whitaker