Esta secção foi carinhosamente organizada e escrita para nós por John McKeown.
Eric Kaufmann: ‘Shall the Religious Inherit the Earth?: Demography and Politics in the Twenty-First Century’ (Profile, 2010)
O título (“Os Religiosos Herdarão a Terra? Demografia e Política no Século 21”) é um tanto enganoso, mas Kaufmann clarifica: “o livro argumenta que fundamentalistas religiosos podem ganhar a mundo através da força demográfica”. A linha divisória demográfica não é entro pessoas laicas e religiosas, mas dentro de cada fé pois, como Papa Francisco havia dito, o fundamentalismo é “uma doença dentro de todas as religiões”. Kaufmann adverte que grupos fundamentalistas geralmente possuem taxas de natalidade altas, e que alguns pregam o crescimento endógeno como estratégia. Alguns exemplos seriam: Mórmons e o movimento “Quiverfull” nos EUA, o salafismo no mundo islâmico e o judaísmo ultraordotoxo em Israel. O trabalho iluminativo de Kaufmann, mais do que qualquer outro, há traçado a relação entre o fundamentalismo e a demografia global.
Alon Tal: ‘Be Fruitful and Multiply: Jewish Procreation and Ultra-Orthodox Fertility’, chapter 7 of The Land is Full: Addressing Overpopulation in Israel (New Haven: Yale University Press, 2016).
Haredi é um termo genérico para grupos judeus ultraordoxos. Em Israel, outras denominações judaicas (como ortodoxos e judeus seculares) têm taxas de natalidade (por volta de 2.6 em 2012) um pouco maiores do que outros países com níveis de desenvolvimento similares. Razões duradouras por trás disso é o desejo de reprover a população judaica depois do Holocausto e o medo da pressão demográfica árabe. Porém, os haredis são distintos, e Tal explica por quê. Nos anos 1960, a taxa de fertilidade haredi era similar a outras denominações judaicas, mas em 1970 começou a divergir e, em 2003, era por volta de 7.6 crianças por mulher. Desde então, diminuiu um pouco até 6.5 crianças por mulher, mas permanece maior em Israel do que em outros países (por exemplo, nos EUA a taxa de natalidade haredi é por volta de 4.1 crianças por mulher). Religiosidade afeta essas taxas de duas maneiras. Mais diretamente, o comando bíblico de “Frutificai e multiplicai-vos” é entendido como uma instrução para reproduzir. Indiretamente, partidos políticos religiosos em Israel durante a década de 1970 ganharam o direito a um subsídio governamental para homens ultraortodoxos estudarem o torá integralmente. Agora, por volta de metade dos homens haredis em Israel dedicam-se a estudos religiosos e criar filhos. Alon Tal identifica alguns fatores latentes da crença haredi que oferecem esperança: principalmente que normas anti-contraceptivos se aplicam somente a homens, e que mulheres os podem usar. Adicionalmente, que a concepção pode ser restringida em tempos de crise ou fome, embora a maioria dos líderes haredi não consideram a mudança de clima como sendo um exemplo de tal crise.
The Changing Global Religious Landscape, 2017 – The Pew Research Center
O Pew Research Center on Religion and Public Life (Centro de Pesquisa Pew sobre a Religião e a Vida Pública) é um líder em produzir dados de pesquisa metodologicamente rígidas. O centro possui um foco global, mas em particular pesquisa os EUA. O relatório inclui dados sobre nascimentos por religião da mãe em cada país, e cominado com a estrutura etária, taxas de morte e estimativos de conversões entre fés, providenciam uma previsão dos números de fiéis que cada religião terá até 2060.
John McKeown: ‘God’s Babies: Natalism and Bible Interpretation in Modern America’ (Cambridge: Open Book Publishers, 2014)
Explora-se diversas ideias cristãs acerca da reprodução. Alguns grupos protestantes nos EUA são natalista, crendo que o velho testamento explicitou ordens para conceber numerosos filhos. O livro investiga o contexto histórico dos versos bíblicos aos quais recorrem os natalistas crentes, e oferece outras interpretações. O livro desafia a ideia que a religião normalmente promove grandes família, e exemplifica com histórias dos cristões antigos, que preferiam o crescimento espiritual do que o familial.
Robert McClory: ‘Turning Point: The Inside Story of the Papal Birth Control Commission and How Humanae Vitae Changed the Life of Patty Crowley and the Future of the Church’ (New York: Crossroad, 1997)
O Concílio Vaticano II (1962-65), o mais recente conselho da Igreja Católica, não discutiu contraceptivos artificiais porque o Para João XXIII já tinha prescrito o assunto a uma Pontífica Comissão, de cuja composição era metade laica (inclusive algumas mulheres). Em 1966, a Comissão votou majoritariamente em prol da reforma, mas alguns cardiais dissidentes persuadiram o Papa (até então já o Papa Paulo VI) a ignorar as recomendações. Em vez disso, em 1968, a encíclica Humanaei Vitae foi emitida.
Bell and R. White: ‘Creation Care and the Gospel: Reconsidering the Mission of the Church’(Hendrickson 2016)
Um livro recente, provindo de uma conferência internacional sobre assuntos ambientais organizada pelo Movimento Lausanne, que inclui um capítulo sobre o planejamento familiar por John McKewon. Um esboço preliminar pode ser acessado aqui>>>
Traduzido por Renato Whitaker